Era um tempo em que se vivia menos, economizava-se o ar, o olhar, a palavra. As cortinas das casas viviam fechadas, as portas sempre trancadas. Tinha-se que ter cuidado ao descer uma escadaria, a luz do dia durava pouco, descendo era preciso atenção e disciplina para retornar ao patamar superior. O ar era pesado, época difícil para quase todos, menos para um menino. Menino novo, muito moço, menino homem, quase um lobo, menino simbiótico, do olhar doce. Para ele, viver era brinquedo, sorrir não era segredo e amar não era defeito. Fazia de cada dia um espanto ao sair da cama e encontrar o espelho, se um dia deitava branco, no outro acordava vermelho, se numa noite dormia velho, no outro dia acordava mulher, se levantava melhor e caminhava nas nuvens. Seu limite era a linha horizontal que acolhia o sol, quando este decidia beijar a terra, ou a reta vertical que uma pedra abraçada por um estilingue pode tomar ao ser bem lançada, alcançando o infinito. Ser menino não cansava o homem, ser finito sim.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
2015... - Um Poema de Rabib Floriano Antonio
Que 2015 seja por inteiro
o ano do guerreiro
por marte regido!
No tarot, o eremita ungido,
com o candeeiro na mão
traga a cada poeta-irmão
a luz, paz, amor e união.
Uma poesia de Edna Freitas
Quando a gente tem carinho, a gente é mais gente.
Torna-se quente, coração palpita, se agita.
A gente se sente porque o carinho é pra gente.
Fica esperto pra qualquer coisa que chega ou mais tolo, tudo é mais belo.
Carinho assim do nada, sem interesse.
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