quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Árvore - Um poema para Carolina Soares



Silencia tuas vozes, teus ruídos internos, e ouve apenas teu coração bater.

Abre um pouco as cortinas, de modo que somente um raio de sol tímido possa atravessá-las, para que a totalidade do breu se acanhe e não ouse incomodar-te com veemência. 


Ouve os pássaros lá fora, e tenta adivinhar de onde vêm e para onde vão.


Fecha os olhos e imagina o céu azul de tua infância, onde o calor não te eras insuportável e o brilho do sol na água te preenchia o tempo com alegrias inexplicáveis e insubstituíveis.

Sente o gosto do sal, do mel, o frescor das frutas e lembra-te que só és capaz de ver beleza na dor porque és tão belo quanto.

Canta, se assim o quiseres. Grita, se achares que é preciso.

Fala contigo todos os dias, conquanto silencie o tempo que precisares.

Sorri sempre, porque a luz emanada de teu sorriso é vital para os animaizinhos que te cercam.

Torna-te, por fim, árvore esplêndida, silenciosa e perene, cujos galhos tortos por ventanias passadas não impediram que forte crescesse teu caule, firmes se tornassem tuas raízes e que o vento, ora bom, ora ruim, ajudasse a espalhar pelo mundo as folhas-frutos de uma alma infinita.





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